E Abraão recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda não havia sido circuncidado. E isto para que ele viesse a ser o pai de todos os que creem, embora não circuncidados, a fim de que a justiça fosse atribuída também a eles. Romanos 4:11
Em toda cerimônia de casamento acontece a troca de alianças. Elas podem ser de diferentes tipos e materiais, mas seu significado é o mesmo. É a forma como o casal sela seu compromisso de fidelidade e amor no casamento, e passa a testemunhar seu comprometimento com o respectivo cônjuge para o resto de suas vidas. A aliança em si não mantém o casamento, mas ela simboliza o compromisso do coração.
Você conhece a história da chamada de Abrão, de Ur dos caldeus: O Senhor disse a Abrão: — Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção! Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar. Em você serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1-3). Veja quanta coisa Deus prometeu a ele.
Abrão obedeceu e se tornou peregrino com sua casa. Quando teve dúvidas de como seria cumprido o juramento de Deus, eis que a palavra do Senhor veio a ele, dizendo: — Esse [o damasceno Eliézer] não será o seu herdeiro. Pelo contrário, aquele que será gerado por você, esse será o seu herdeiro. Então o Senhor levou-o para fora e disse: — Olhe para os céus e conte as estrelas, se puder contá-las. E lhe disse: — Assim será a sua posteridade. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi atribuído para justiça. (Gn 15:4-6). Veja o que mais o Senhor prometeu a ele e como ele reagiu às promessas de Deus — com fé!
Antes mesmo de lhe conceder o herdeiro da promessa, Deus instituiu seu sinal visível, dizendo: O seu nome não será mais Abrão, e sim Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações. Farei com que você seja extraordinariamente fecundo. De você farei surgir nações, e reis procederão de você. Estabelecerei uma aliança entre mim e você e a sua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o seu Deus e o Deus da sua descendência. Darei a você e à sua descendência a terra onde agora você é estrangeiro, toda a terra de Canaã, como propriedade perpétua, e serei o Deus deles. Deus disse ainda a Abraão: — Guarde a minha aliança, você e a sua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a aliança que vocês guardarão entre mim e vocês e a sua descendência: todos do sexo masculino que estão no meio de vocês deverão ser circuncidados. Vocês devem circuncidar a carne do prepúcio e isso servirá como sinal de aliança entre mim e vocês. O menino que tem oito dias será circuncidado entre vocês. […] (Gn 17.5-12a). Além da fé presente no coração de Abraão, Deus estabeleceu o sinal visível de Sua aliança — a circuncisão — no corpo de Abraão, como selo da justiça da fé (Rm 4.11).
Quando chegamos ao Novo Testamento, podemos ver o Senhor Jesus estabelecendo que os que creem nele devem receber o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito (Mt 28.19) e, a partir desse momento, participar da Ceia do Senhor (1Co 11.23-ss), até que Ele venha buscá-los para a viver a eternidade sob Sua liderança e em Sua companhia.
O mesmo princípio sacramental mantido desde Abraão até Jesus é repassado aos cristãos. Até Jesus prevaleceram a circuncisão e os sacrifícios de animais. A partir de Jesus, o Batismo e a Ceia são os sinais visíveis exigidos por Deus aos crentes em relação à Sua aliança de salvação, para que testemunhem sua fé em Cristo Jesus. Assim, estes sinais externos reforçam nossa fé, porque apontam para o sacrifício de Jesus sobre a cruz. Sua prática alimenta nossa fé naquele que pagou por nossos pecados, e testemunha aos outros nossa conversão a Cristo.
Deixar de batizar ou menosprezar a participação na Santa Ceia é desprezar o que Deus em Jesus Cristo instituiu. Não sejamos negligentes para com aquele que nos comprou e atribuiu a nós a Sua própria justiça, graça e valor. Atentemos para a nossa responsabilidade diante dos sacramentos.
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Por: Rev. Wilson do Amaral Filho