Oficiais da igreja I Parte 2

Foi por esta causa que deixei você em Creta: para que pusesse em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísse presbíteros, conforme prescrevi a você: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de devassidão, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo, por ser encarregado das coisas de Deus, seja irrepreensível, não arrogante, alguém que não se irrita facilmente, não apegado ao vinho, não violento, nem ganancioso. Pelo contrário, o bispo deve ser hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, piedoso, deve ter domínio de si, ser apegado à palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que possa exortar pelo reto ensino e convencer os que contradizem este ensino. Tito 1:5-9

Toda instituição precisa de ordem. Este princípio é sobre-humano, porque é visto em Deus. O Senhor  é organizado por excelência. Basta ver como criou todas as coisas e as mantém. Quando se trata da Igreja de Cristo, da qual todos os salvos fazem parte, ainda que haja denominações, modos de governo e diferenças doutrinárias não essenciais, Ele estabelece sua própria ordem por meio dos dons espirituais (Rm 12.3-8; 1Co 11-14; Ef 4.11-14; 1Pe 4.10-11).

Tais dons envolvem tanto a parte de evangelização, quanto a edificação dos convertidos, a administração eclesiástica e a mutualidade. A contrapartida do uso eficaz destes dons é a santificação pessoal, o desejo santo de glorificar a Deus por meio do trabalho cristão. Todos os crentes são dotados pelo Espírito Santo de um ou mais dons, para servir no corpo de Cristo.

Os apóstolos de Cristo vieram de uma tradição veterotestamentária. Lá encontraram os  anciãos, sua atividade de gestão das cidades e do encargo de julgar as questões entre os cidadãos. Da Lei de Deus tiraram os ensinos sobre a caridade e cuidado dos mais necessitados. Quando Jesus os recrutou para serem seus discípulos, o objetivo era muito específico – ir de cidade em cidade, de aldeia em aldeia pregando que o Reino de Deus era vindo.

Quando eles ficaram encarregados da Igreja de Cristo, tornou-se impossível deter a obra de conversão promovida pelo Espírito. Eles precisaram de homens que cuidassem dos crentes espalhados pelo mundo, seja reunidos nas casas, seja em locais maiores. Quando Paulo escreveu a Tito, estabeleceu a ordem eclesiástica, a começar da preservação da sã doutrina, e depois dos cuidados gerais para com o povo de Deus.

Numa igreja local há aqueles que se dedicam ao ensino, mas há também aqueles que a gerem e fazem uso da disciplina cristã (e da caridade) na vida de seus membros. A fim de não haver suspeição, a vida do presbítero (e do diácono) precisa ser santificada de forma crescente, segundo a imagem de Jesus Cristo. Sua família também tem parte no processo de escolha, porque se alguém não consegue administrar sua casa não pode ser administrador da Casa de Deus.

Nossa Igreja está às vésperas de escolher irmãos para o presbiterato e o diaconato. O padrão bíblico e apostólico precisa ser levado em consideração. Cada membro da igreja deve se esforçar para comparecer à assembleia e votar naqueles que, na concepção de cada um, mais se ajustam aos padrões da Bíblia. Certamente não haverá qualquer irmão que já tenha alcançado a perfeição.

Nosso critério não deve ser o gosto pessoal por um candidato, afinidade familiar ou dívida moral. Nosso critério precisa estar revestido de oração e comunhão com o Senhor. Precisamos apelar para que o Espírito do Senhor seja nosso condutor nas escolhas que vamos fazer. Empenhemo-nos por fazer tudo de acordo com a ordem do Senhor.

Por: Rev. Wilson do Amaral Filho

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