Justo és tu, Senhor, e retos são os teus juízos. Os teus testemunhos, tu os ordenaste com retidão e com absoluta fidelidade. Salmos 119:137,138
Na oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, consta a frase: “Santificado seja teu nome” (Mt 6.9c). Essa petição está diretamente ligada ao caráter de Deus e a tudo quanto sabemos a respeito dele e de sua vontade santa, por meio das Sagradas Escrituras.
Pois bem, o texto de hoje nos ajuda a contemplar e refletir sobre o caráter de Deus. Começamos por recordar uma frase do Senhor Jesus, válida para todos os seres racionais, inclusive o Senhor: “porque pelo fruto se conhece a árvore.” (Mt 12.33b).
A figura é bem fácil de entender e a conclusão não pode ser outra. Se a lei, os mandamentos e as obras de Deus são retas e íntegras, Ele só pode ser reto e íntegro. Não é possível aparentar, por muito tempo, algo que não se é por natureza. Nosso Deus, no entanto, permanece coerente consigo mesmo desde sempre e para sempre. Ele não muda!
E como sabemos que Deus é justo? Por causa dos juízos, estatutos, mandamentos e propósitos revelados nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Mas alguém dirá: “No Antigo Testamento Deus se apresenta como Deus justo, que pune com rigor os que O desobedecem. No Novo Testamento, o Deus revelado em Cristo é amor e misericórdia! Isto não seria uma mudança radical?”
Compare, então, estes dois versículos: “Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: Busquem a mim e vocês viverão” (Amós 5:4), e “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo por causa do Pai, também quem de mim se alimenta viverá por mim.” (Jo 6.57). A mensagem é a mesma, porém separada por cerca de oito séculos. Embora sejam citações dos dois testamentos, elas nos trazem a mesma mensagem: a vida verdadeira só se encontra no Senhor. A graça de Deus sempre esteve presente na história humana.
Compare mais. Veja o que diz o Salmo 1: “Por isso, os ímpios não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.” (Sl 1.5). Veja agora o que diz Apocalipse 20: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.” (Ap 20.12-15)
Temos de reconhecer que não há diferença nas predições acima, separadas por vários séculos, e presentes em ambas as alianças do Antigo e do Novo Testamentos. Observamos, então, que a revelação do Deus justo, santo e misericordioso é progressiva. Não faltam referências de sua justiça sobre os ímpios e de sua bondade para com aqueles que O temem, não importa o tempo em que viveram, vivem ou viverão.
Estes pensamentos devem trazer segurança aos que creem no Senhor. Tudo quanto está escrito sobre Ele — o Pai, o Filho e do Espírito Santo — e sobre Seu plano eterno de redenção, devem se constituir como fundamento da nossa fé no caráter imutável de Deus. Ele é verdadeiro em si mesmo e tudo quanto fala é verdadeiro. Em nada o Senhor se contradiz.
Assim, que haja em nós, durante todos os dias da nossa vida, o desejo de exaltar o glorioso nome de Deus, por meio de Cristo; buscar conhecê-lo, amá-lo e obedecê-lo com todas as nossas forças, além de fazer seu nome conhecido entre aqueles que nos cercam.
Que Teu nome seja santificado, ó Senhor, Deus todo-poderoso!
Foto: Freepik
Por: Rev. Wilson do Amaral Filho