Então Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: — Senhores atenienses! Percebo que em tudo vocês são bastante religiosos, porque, andando pela cidade e observando os objetos de culto que vocês têm, encontrei também um altar no qual aparece a seguinte inscrição: “Ao Deus Desconhecido”. Pois esse que vocês adoram sem conhecer é precisamente aquele que eu lhes anuncio. — O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas; nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais. Atos 17:22-25
O registro da estada de Paulo em Atenas nos dá a oportunidade de refletir sobre a forma de devoção das pessoas. Os atenienses, em foco nestes versículos, eram “bastante religiosos”, ou seja, se importavam muito com os oráculos e símbolos atribuídos aos fenômenos sobrenaturais e naturais. Sob a proteção da deusa Atena, adoravam principalmente os doze deuses da mitologia grega, cada um deles com aspectos humanos, inclusive defeitos de personalidade e poderes delimitados e limitados. Cada deus servia para algo específico.
Em Atos 17:16 lemos que o apóstolo “se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.” Por onde quer que andasse, Paulo via ídolos e altares. Eram idólatras e possuíam muitos “objetos de culto” espalhados pela cidade. Ele viu inclusive um altar “Ao Deus Desconhecido”, que lhe serviu de argumento inicial em sua exposição sobre o Deus do evangelho de Cristo.
Como surgiram os ídolos e as imagens? Da imaginação humana; de fenômenos e forças da natureza que o ser humano não consegue explicar; de experiências que causam pavor ou admiração ao espírito humano; de lendas e mitos; de superstições e mentiras que se transformaram em verdades no decorrer do tempo.
Alguém poderia perguntar: mas o Deus da Bíblia não começou a ser crido da mesma forma, como resultado das superstições daqueles que queriam manipular as pessoas pela religião? Absolutamente não! E por qual razão? Porque foi Ele quem procurou as pessoas para crerem nele e lhes deu Suas leis, mandamentos e estatutos! Foi Ele que amou o mundo de tal maneira e enviou Seu Filho unigênito para nos salvar!
Em seu discurso no Areópago, Paulo descreve algumas das virtudes e dos feitos do Deus da Bíblia: 1) Criador do mundo e de tudo o que nele existe; 2) Senhor do céu e da terra; 3) Não habita em santuários feitos por mãos humanas; 4) Não precisa de nada nosso, nem é servido ou conduzido por mãos humanas; 5) É aquele que dá vida, respiração e tudo mais a todos; 6) Como prova de Seu poder, enviou a Cristo e o ressuscitou dentre os mortos.
Desta forma, Paulo indicou que todos os deuses dos atenienses não podiam nem podem ser adorados, porque não significam nada e não são comparáveis àquele Deus desconhecido dos atenienses. O salmista descreve os ídolos: “Os ídolos das nações são prata e ouro, obra de mãos humanas. Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram; têm mãos e não apalpam; têm pés e não andam; som nenhum lhes sai da garganta.” Salmos 115:4-7. A esses deuses não se pode atribuir qualquer feito, uma vez que não têm vida em si mesmos. É pecado contra Deus!
Um dos grandes pecados de Israel foi o de equiparar o Senhor, que o constituiu Seu próprio povo, com os deuses dos povos idólatras e adorar a ambos. Outro pecado foi o de esquecê-lo e trocá-lo por falsos deuses das nações vizinhas. Outro pecado foi substituir o Deus da bênção pelas bênçãos de Deus, idolatrando os rituais, honrando a Deus apenas com seus lábios, mas não com o coração.
Como o Senhor encara a idolatria? Como ofensa ao Seu caráter santíssimo; desprezo completo à Sua pessoa. Como o Senhor encara a tendência humana de construir e adorar imagens de seres humanos e de animais em geral? Como cegueira absoluta daqueles que as seguem, que certamente os conduzirá à condenação eterna! Enfim, o Senhor rejeita completamente a idolatria.
Por último, ouçamos o que Ele tem a dizer: “— Não faça para você imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o Senhor, seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” Êxodo 20:4-6
Por: Rev. Wilson do Amaral Filho